![]() |
Paraguaio antes do duelo desta terça contra o Talleres (Victor Monteiro) |
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
Ao menos uma das testemunhas ouvidas pela Polícia Civil 'ajudou' no caso que investiga supostas ofensas xenófobas do são-paulino Bobadilla contra o venezuelano Navarro, do Talleres, no jogo entre as equipes na terça-feira (27), no Morumbi, pela Copa Libertadores.
O árbitro do jogo, o chileno Piero Maza, contou aos investigadores ainda no Jecrim (Juizado Especial Criminal) do estádio que não ouviu nenhuma ofensa de Bobadilla. E que até por isso não tomou nenhuma medida contra o paraguaio do Tricolor.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS:
>>SÃO PAULO PRESTA SUPORTE A BOBADILLA, MAS ANUNCIA QUE JOGADOR PASSARÁ POR MEDIDAS EDUCATIVAS
>>SÃO PAULO FAZ REUNIÃO INTERNA COM BOBADILLA PARA ENTENDER CASO E TRAÇAR DEFESA
>>CONMEBOL ABRE INVESTIGAÇÃO SOBRE BOBADILLA, APESAR DE CASO NÃO TER SIDO RELATADO NA SÚMULA
>>Melhores momentos de São Paulo 2 x 1 Talleres: os gols e lances da vitória pela Libertadores
Maza já havia 'limpado a barra' de Bobadilla na súmula da partida. Ele não relatou o fato no documento, informou a Conmebol. Isso mesmo a partida tendo ficado parada após a denúncia de Navarro.
Além do árbitro, já foram ouvidos três jogadores do Talleres (Navarro entre eles), membros da comissão técnica e os policiais militares que atenderam primeiro a ocorrência.
Conforme o AVANTE MEU TRICOLOR apurou, o caso é investigado como injúria racial pela Drade (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva) da Polícia Civil. E Bobadilla será intimado a prestar depoimento sobre o caso. Caso indiciado e condenado, o volante poderá pegar de dois a cinco anos de prisão pelo ato.
A confusão começou aos 41 minutos do segundo tempo, enquanto o São Paulo comemorava o segundo gol. Bobadilla e Navarro discutiram. O jogador do Talleres ameaçou deixar o jogo e chegou a chorar, literalmente. Acabou consolado até mesmo por jogadores do Tricolor e pelo árbitro.
Navarro e outros integrantes do elenco e comissão técnica do adversário foram até o posto da Polícia Militar no Morumbi relatar o ocorrido e denunciar o paraguaio do Tricolor.
Após a partida, Luciano foi o primeiro a ir de encontro a Bobadilla e tirou o paraguaio de campo correndo para evitar maiores problemas.
A PM chegou a ir ao vestiário do São Paulo para colher o depoimento de Bobadilla, mas o jogador deixou o estádio tão logo saiu de campo.
Após a partida, o jogador do Talleres foi às redes sociais e contou sobre o ocorrido.
"Quisera poder ter em minhas mãos a solução para o problema de fome pelo qual passa o meu país. Espero que Deus me dê abundância para poder ajudar. Mas não creio que pode se fazer muito contra a pobreza mental", escreveu.
"Nunca me envergonharei das minhas raízes, irei até as últimas consequências frente ao ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil com Bobadilla", completou.
O Talleres também se pronunciou sobre o ocorrido por meio de nota em suas redes sociais.
O São Paulo ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido. E o técnico Luis Zubeldía chegou a se incomodar com perguntas sobre o ocorrido na entrevista coletiva.
Vale lembrar que no grupo do São Paulo da Libertadores teve um exemplo de jogador punido (por quatro meses) pela Conmebol por xenofobia: Pablo Ceppelini, do Alianza Lima.
Segundo a Conmebol, o jogador uruguaio infringiu o artigo 15.1 do código disciplinar da entidade, que proíbe qualquer atitude que "menospreze, discrimine ou atente contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas por motivos de cor da pele, raça, religião, origem étnica, gênero ou orientação sexual".
0 Comentários