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Aboubakar comemora gol marcado sobre o Brasil na última Copa do Mundo (Clive Brunskill/Getty Images) |
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
Após pouco menos de uma semana de sondagens de potenciais centroavantes para reforçar o seu elenco, carente na posição desde a contusão de André Silva (que deve perder todo o restante da temporada, assim como Calleri e Ryan Francisco, outras opções para o setor), o São Paulo decidiu encerrar de vez a procura de um nome no mercado da bola.
Conforme o AVANTE MEU TRICOLOR apurou, após a frustrada negociação por Marcos Leonardo, o clube do Morumbi viu intensificar o assédio por parte de empresários oferecendo veteranos atualmente sem contrato (ou seja, desempregados), única possibilidade de reforçar a equipe após o encerramento da janela de transferências.
Os problemas, avaliado em reuniões internas com o técnico Hernán Crespo, são dois: o tempo de adequação física desses jogadores e, o mais principal, o custo deles.
A primeira opção avaliada (e essa sim descartada de vez) foi Diego Costa. O brasileiro naturalizado espanhol de 36 anos não joga desde o início do ano, quando não renovou o seu contrato com o Grêmio. De todas as ofertas de empresário, é a mais barata. Mas avalia-se internamente que ele poderia demorar até um mês para estar na melhor forma física. Ou seja, o Tricolor não poderia contar com ele em bom nível para os dois duelos das quartas de final da Copa Libertadores contra a LDU, do Equador.
Na prática, isso pouco interessa ao São Paulo, cujo plano de contratar um centroavante serve, acima de tudo, para dar uma opção de mais qualidade a Crespo que Dinenno, única peça da posição que sobrou no elenco.
Outros dois nomes foram discutidos internamente no clube do Morumbi com maior afinco. Crespo gostou da sugestão pelo espanhol Paco Alcácer. Aos 32 anos, está livre no mercado desde julho, quando decidiu não renovar o vínculo com o Sharjah, dos Emirados Árabes Unidos.
Com passagens por Valência, Barcelona, Borussia Dortmund, Villareal e seleção espanhola, Alcácer tem a admiração do treinador são-paulino, mas os valores, bem, desanimaram. O espanhol não aceita abrir conversas por menos de R$ 1 milhão, fora luvas e bônus, e não quer assinar contrato por menos de uma temporada.
O entendimento no Tricolor é que não vale a pena acertar com um nome parado e que ganha alto por mais de seis meses, já que teoricamente ano que vem os contundidos estarão todos à disposição. Isso, claro, descartando também o fato de que as contas estão curtas pelos lados do Morumbi.
Sobrou a última opção oferecida, essa a favorita da diretoria: Aboubakar. O camaronês de 33 anos contratou até mesmo um empresário brasileiro para lhe representar por aqui. Quer atuar em terras brasilis. E o entendimento dos cartolas é que dos três é quem chegaria mais pronto para jogar. De imensa força física, encaixaria como uma luva no esquema de Crespo, dizem. E o fato de falar português fluentemente (jogou anos e é ídolo do lusitano Porto) permitiria uma rápida adaptação.
O problema aqui é, adivinhe, dinheiro. Aboubakar, que já marcou gol de vitória sobre a Seleção Brasileira em Copa do Mundo, pediu inicialmente mais de R$ 1 milhão, aceitando o acordo 'de risco' até dezembro. O São Paulo recusou. E veio a contraproposta. O africano aceita receber aproximadamente R$ 800 mil. Desde que o Tricolor arque com o pagamento dos impostos. Também pede mordomias, como motorista, cozinheira e carro blindado.
Na prática, a economia salarial pouco ajuda, já que a taxação elevaria os gastos com Aboubakar para cerca de R$ 1,5 milhão. Além do risco de gerar um certo ciúmes interno, visto que líderes do plantel, como Lucas e Oscar, não tem a mesma mamata.
Sem saída, afinal as inscrições para a Libertadores se encerrar na sexta-feira (12), a tendência é que o São Paulo encerre de vez as tratativas e siga sua luta pelo tetra continental com o que tem no elenco. Em dificuldade financeira e com teto de gastos implantado pelo fundo de investimentos que auxilia no gerenciamento das contas, o Tricolor não pode gastar mais que a encomenda.
Sem André Silva, Calleri e Ryan Francisco, Crespo tem para escalar o ataque, como centroavante nato, o conterrâneo Dinneno, nome que chegou do Cruzeiro ainda quando o treinador era Luis Zubeldía, que inclusive o indicou ao Tricolor (fato, aliás, que pode contribuir para sua baixa utilização com o novo comandante).
Além de Dinneno, peças podem ser improvisadas, como os pontas Ferreirinha e Tapia, além de Luciano, que pode fazer funções como de falso 9.
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