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Joia de Cotia está de malas prontas para deixar o Morumbi (Rubens Chiri/SPFC) |
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
O São Paulo está próximo de efetuar uma das piores negociações de sua história.
Pelo menos é o saldo que podemos concluir após a confirmação de informação divulgada inicialmente pelo portal 'Lance' em que o clube do Morumbi aceitou a insistência russa e encaminhou a venda do atacante Henrique do Carmo ao CSKA.
Pois bem, foi a segunda oferta do clube de Moscou, que já garantiu a contratação de outra joia da base tricolor, Matheus Alves.
Depois de recusar a investida de aproximadamente 3,5 milhões de euros (cerca de R$ 22,2 milhões), a gestão Julio Casares achou de bom tom a contraproposta russa. Mas já antecipamos que o valor é esdrúxulo: 6 milhões de euros fixos (R$ 38,1 milhões), mais a possibilidade de 1 milhão de euros (R$ 6,4 milhões) no caso de cumprimento de metas. O Tricolor manteria 25% dos direitos econômicos do jogador. Patético, como se vê.
O martelo, próximo de ser batido, foi sacramentado na noite desta segunda-feira (8), após Henrique do Carmo aceitar o contrato de três temporadas com o CSKA. Lembrando que ele tinha vínculo até o fim de 2028 com o São Paulo, renovado no início deste ano.
Conforme o AVANTE MEU TRICOLOR apurou, Matheus Alves, aliás, foi um dos principais pilares da negociação, contando ao receoso amigo como anda a vida na isolada Rússia.
É a terceira oferta europeia pela revelação que acaba rejeitada pelo clube. No início de agosto, o São Paulo descartou negociação com o PSV, da Holanda. Antes, uma investida do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, já havia recebido uma negativa dos brasileiros.
O clube do Morumbi até aceitou em um primeiro momento continuar as negociações com o PSV para liberar Henrique pelo valor de 1 milhão de euros (cerca de R$ 6,3 milhões) por um empréstimo de uma temporada.
O que pegou é a taxa da cláusula para negociação em definitiva do jogador após o período. Apesar da barganha, os holandeses não subiram o valor de 6 milhões de euros (aproximadamente R$ 37,9 milhões).
O São Paulo recusou uma oferta de 7 milhões de euros (R$ 44,4 milhões na cotação atual) do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, no início do ano. E até tentou barganhar com o PSV, sinalizando que poderia fechar negócio caso a proposta total (taxa do empréstimo e compra do jovem) alcançasse 8 milhões de euros (cerca de R$ 50,8 milhões), além de manterem pelo menos 20% dos direitos para lima negociação futura.
O contexto, entretanto, era outro. Henrique vivia uma indefinição sobre o seu futuro no Morumbi, já que tinha contrato somente até o final deste ano, podendo ficar livre para assinar um pré-acordo com quem quiser. Ou seja, o valor refletiria uma forma do Tricolor não ficar com mãos abanando ante uma saída da joia.
Para piorar, o São Paulo vivia um problema de bastidores com o empresário da joia, Wagner Ribeiro, que utilizou suas redes sociais para atacar o ex-técnico do clube, Luis Zubeldía, por não dar chances ao jogador, além de acusá-lo de ofender e humilhar profissionais do clube.
Agora, a joia renovou o seu vínculo e tem contrato com o Tricolor até o final de 2028.
Henrique foi promovido aos profissionais do Tricolor no início do Campeonato Brasileiro do ano passado, como forma justamente de tentar esfriar o assédio europeu e convencê-lo a renovar o contrato.
Mas a falta de oportunidades pesou. Naquele ano, jogou apenas no triunfo por 2 a 1 contra o Vitória, no Morumbi.
Agora, já há quase um ano trabalhando na Barra Funda, Henrique vinha sendo utilizado com frequência pelo técnico Hernán Crespo e conquistou a idolatria da torcida, virando uma espécie de talismã que entra nas etapas finais e incendeia os adversários.
É a terceira saída de um grande talento da base só nesta janela. Antes dele e de Matheus Alves, o clube do Morumbi já tinha acertado a ida de Lucas Ferreira ao futebol ucraniano.
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