por Rafael Emiliano
O São Paulo se espelha no rival Palmeiras para adotar um sistema de reconhecimento facial para que seus torcedores não precisem mais usar ingresso físico para entrar nos jogos do clube no estádio do Morumbi.
A informação foi revelada pelo diretor de futebol do Tricolor, Carlos Belmonte, em entrevista ao portal 'Terra'. Segundo ele, aconteceu até mesmo uma visita junto do presidente Julio Casares à arena do rival Palmeiras para entender como funciona a tecnologia.
"Nós visitamos o Palmeiras para ver o funcionamento, e achamos bem positivo. Então há estudos nesse sentido. A expectativa é que pra frente vá melhorando o quadro atual", disse.
Aprovada pelo Congresso Nacional neste ano, a Lei Geral do Esporte já prevê a obrigatoriedade do sistema de reconhecimento facial para estádios com mais de 20 mil lugares, caso do Morumbi. O prazo é longo, de até quatro anos, mas o rival alviverde se antecipou.
Em entrevista ao portal 'Lance!' em julho, Ricardo Cadar, o CEO da Bepass, empresa responsável pelo sistema adotado pelo Palmeiras e que, segundo apurou o AVANTE MEU TRICOLOR negocia também com o São Paulo, explicou a segurança do processo e tranquilizou torcedores preocupados com a exposição de seus dados.
"Sabemos que a face é um dado sensível e tem que ser tratado com total proteção e transparência, por isto, trabalhamos com os mais altos e rígidos padrões de LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) brasileiro. A coleta, o tratamento e o armazenamento dos dados estão assegurados e se baseiam nos conceitos de clareza e consentimento da guarda de informações. Somos auditados periodicamente e temos o mais alto padrão de segurança em relação aos dados dos usuários", disse.
Na mesma entrevista, Cadar, destaca os benefícios do uso da biometria facial, como o fim do cambismo.
"Ao analisarmos o desafio proposto pelo clube detectamos diversos problemas que nossa solução poderia resolver. Mesmo tendo prioridade na aquisição de ingressos, os sócios-torcedores enfrentavam problemas na aquisição devido aos cambistas que compravam antecipadamente. Além disso, a quantidade de ingressos falsos era muito grande, já que após a compra eles replicavam e revendiam o bilhete como sendo verdadeiro. Por fim, o sistema de QRCode, não conseguia inibir a falsificação e o clube não conseguia ter controle sobre quem era o torcedor, por não ter seu cadastro, uma vez que o ingresso era impessoal. Isso começou a afetar o clube, que começou a ter uma queda no número de sócios-torcedores. O cambismo no Palmeiras é coisa do passado. Não há possibilidade de os cambistas burlarem o sistema", destacou.
Segundo Belmonte, o reconhecimento facial é uma das mudanças pensadas no Tricolor no sistema de venda de ingressos para 2024, após a realização das eleições (em que Casares está virtualmente eleito). E a principal delas deve vir no sócio-torcedor.
O dirigente aponta que estuda também copiar rivais e implantar um esquema de prioridade para compra das entradas por meio da assiduidade nos jogos.
"O reconhecimento facial é um projeto de melhorar a presença ao longo do campeonato, quem vai mais a jogos tem o direito de fazer a aquisição antes, mesmo fazendo parte do mesmo grupo de pessoas do mesmo pacote", destacou Belmonte.
O dirigente usou de exemplo o plano Diamante, mais caro do sócio-torcedor. Apesar dos assinantes terem prioridade máxima para a compra de ingressos, aqueles com presença em mais partidas seriam preteridos a aqueles que compareceram menos.
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