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André Silva comemora o gol logo no início do jogo (Miguel Schioncariol/Getty Images) |
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
Foi mais dramático do que o esperado. E do que prometido. Mas o São Paulo está classificado às quartas de final da Copa Libertadores.
Na noite desta terça-feira (19), o Tricolor abriu o placar logo cedo e dava a impressão que iria atropelar o Atlético Nacional. Mas a equipe perdeu o ritmo, deixou os colombianos empatarem e decidiu o seu destino nos pênaltis, quando Rafael defendeu uma cobrança, Marcos Antônio acertou a trave e restou a Hinestroza, um dos destaques dos visitantes, a repetir o colega brasileiro e assim definir os 4 a 3 no desempate para avançar de fase.
O clube do Morumbi, que bateu seu recorde de público no ano, chega assim a 17 jogos invictos na principal competição continental e agora aguarda o vencedor do duelo entre Botafogo e LDU, que jogam na quinta-feira (21), no Equador, para saber quem será o seu adversário. Caso avance os brasileiros, repetirá o duelo exatamente das quartas do ano passado e poderá se vingar dos cariocas.
Os confrontos da próxima fase da Libertadores estão agendados para as semanas dos dias 17 e 24 de setembro. Mas o São Paulo entra em campo logo neste domingo (24), novamente no Morumbi, para enfrentar o Atlético-MG pelo Campeonato Brasileiro.
O JOGO
A impressão inicial era de que seria uma noite e atropelo do São Paulo. Isso porque logo no primeiro lance do jogo, Rodriguinho acionou André Silva para ponta esquerda, ele cruzou rasteiro para o meio da área e o próprio meia-atacante, que após tabela com Cédric Soares finalizou com o goleiro dos colombianos batido para um defensor do Nacional salvar a lavoura.
A eficácia momentânea da defesa colombiana não teve a mesma aparição na jogada seguinte, aos 2, quando Cédric Soares cobrou o escanteio na primeira trave, Alan Franco deu o totó para desviar e André Silva cabeceou para abrir o placar ao Tricolor.
O rolo compressor são-paulino continuou com tudo aos 7, quando Rodriguinho acionou Luciano pela esquerda e o camisa 10 cruzou no veneno para Cédric chegar, testar e exigir excelente defesa de Ospina.
O clima era todo favorável, com pressão da torcida e time bem postado taticamente. Mas... O ritmo do jogo caiu. Isso por alguns fatos. A marcação do Nacional era deficitária no início, uma tática de cerco zonal que não funcionou. E, para piorar, quando recuperavam a bola, ao invés de trabalhar ela optavam por tentar a jogada longa à distância buscando explorar seus velozes e ariscos pontas.
Entretanto, após o gol tomado e a pressão inicial, os visitantes acertaram as coisas dentro das quatro linhas. Fecharam sua intermediária, diminuíram o espaço de manobra do São Paulo e exigiam a movimentação ofensiva da linha defensiva, que passou a errar a saída de jogo.
O tempo ia passando e o clima esfriou (em campo). Sem tanta liberdade, o Tricolor freou sua intensidade e não conseguia mais quebrar a última linha do Nacional, que ganhou corpo. Os mandantes não jogavam mal, mas faltava mais dinamismo e ímpeto.
Melhor para os visitantes que aproveitaram para melhorar sua articulação e, enfim, trabalhar mais a bola. Aos 37, a insistência foi recompensada quando Morelos recebeu passe na entrada da área e teve tempo e espaço para finalizar no canto esquerdo e exigir boa defesa de Rafael.
Na volta do intervalo, Crespo tentou recuperar o terreno perdido colocando Lucas em campo. Mas o Nacional já estava melhor no jogo. Conseguiu impor seu ritmo e já conseguia anular a linha ofensiva são-paulina e trabalhar mais seu jogo.
O resultado disso não tardou a aparecer. Enquanto o São Paulo era um time sem criatividade e encaixotado nas linhas adversárias, o Nacional conseguia acertar o ritmo de sua jogada já esperada, de acionar os seus pontas.
Aos 16, o primeiro susto. Hinestroza (sempre ele) finalizou cruzado na brecha da marcação, Rafael espalmou e Morelos apareceu para completar e ver o goleiro tricolor salvar.
Três minutos depois, o castigo. Hinestroza recebeu dentro da área em progressão, cruzou para trás e Enzo Díaz chegou derrubando Morelos na hora dele dominar a bola. O VAR avisou o árbitro e o pênalti foi marcado. Desta vez, diferente da Colômbia, a sorte não sorriu para o Tricolor e Morelos converteu, empatando.
Ah sim, sobre Cardona, o herói em Medellín que perdeu duas cobranças de penal, ele até foi para a bola querendo a redenção, mas a ordem do banco o tirou rapidinho de perto da bola. Sem alternativa, tratou de ficar provocando Ferraresi e xingando Rafael após o gol, sendo expulso.
Com um a mais em campo, o volume de jogo são-paulino voltou a crescer, mas sem a mesma disciplina tática e acerto do início do jogo. Boas chances surgiram, como um chute cruzado de Ferreirinha após invadir a área, aos 33, e outra finalização do ponta aos 37, após receber passe de Lucas.
A maior das chances, contudo, veio aos 39, quando Luciano recebeu no meio da área, girou e errou a finalização. A defesa tentou fazer o corte com um chutão e o camisa 10 bloqueou, fazendo a bola quase entra no gol e obrigando Ospina a fazer grande defesa.
Na reta final, loucura. Às favas a tática e virou um deus nos acuda, com os times se lançando e defendendo mais na base da emoção que qualquer outra coisa. Aos 44, uma ótima chance, com Henrique do Carmo passando por dois marcadores para trás na direita e cruzou para Ferreirinha dominar, finalizar e ver Ospina defender.
Mantendo a igualdade, a decisão da vaga foi para os pênaltis.
PÊNALTIS
Uribe (Nacional) - RAFAEL DEFENDEU - 0 x 0
Lucas Moura (São Paulo) - GOL - 1 x 0
Campuzano (Nacional) - gol - 1 x 1
Marcos Antônio (São Paulo) - NA TRAVE - 1 x 1
Morelos (Nacional) - gol - 1 x 2
Luciano (São Paulo) - GOL - 2 x 2
Tesillo (Nacional) - gol - 3 x 2
Enzo Díaz (São Paulo) - GOL - 3 x 3
Hinestroza (Nacional) - TRAVE - 3 x 3
Cédric Soares (São Paulo) - GOL - 4 x 3
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