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Alan Franco defende: Tricolor até tentou segurar. Durou 45 minutos (Wagner Meier/Getty Images) |
RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo
Hernán Crespo saiu do São Paulo em 2021, entre outros fatores, pela péssima campanha que vinha realizando no Campeonato Brasileiro, lutando contra o rebaixamento e sem conseguir mostrar poder de reação.
Quatro anos depois, ele está de volta. E o cenário permanece exatamente o mesmo.
Na tarde deste sábado (12), após a pausa do calendário para a realização do Mundial de Clubes, o treinador argentino até tentou o segurar o Flamengo com uma forte (e eficiente) marcação. Mas não contava com a astúcia de um cria de Cotia, Luiz Araújo, que em jogada individual acertou um belíssimo chute de fora da área para anotar o primeiro gol do jogo. Depois, nos acréscimos, a fatura foi liquidada. Derrota por 2 a 0, no Maracanã, pela 13ª rodada da principal competição nacional.
Em situação normal, uma derrota para os cariocas na casa deles poderia até ser encarada como algo normal. Mas o fato é que a situação é crítica no Tricolor. O tropeço significou a quarta derrota consecutiva do clube na competição. Já são cinco delas ao todo, com o risco cada vez mais concreto de entrar na temida zona de rebaixamento.
É claro, sejamos realistas, muito dessa campanha negativa é sim herança maldita do antecessor Luis Zubeldía. Pois a Crespo o que é de Crespo, como diriam os filósofos. E o que vimos foi um time melhor postado em campo.
Sim, os mais puristas podem até torcer o nariz, mas Crespo de fato jogou para não perder no Rio de Janeiro. Em um esperado 3-6-1, com duas linhas de marcação, o que vimos foi um Tricolor exatamente como o que vinha sendo ventilado. Marcador e reativo, buscando a abertura de espaço no Flamengo com sua aparente obrigação de atacar e aí aproveitar a transição rápida de jogo principalmente pelos alas.
Em certo grau, sim, deu certo. Em todo o primeiro tempo nós vimos um São Paulo de muita disposição defensiva, impedindo os ataques adversários pelos lados e bloqueando as ações deles pelo meio.
Até aí, tudo bem, mas a segunda parte do plano falhou miseravelmente. Enzo Díaz e Cédric Soares não conseguiam fazer a transição rápida, Oscar estava mal posicionado, os volantes não conseguiam dar apoio e André Silva foi um mero expectador em campo do jogo.
Chances de gols, jogadas de impacto... esquece. O retrato das estatísticas foi fiel ao que se via em campo. O único lance de perigo, deles, claro, foi com Gonzalo Plata aproveitando a única falha defensiva do Tricolor, já nos acréscimos, e concluindo para fora da pequena área com Rafael já batido.
Trocando em miúdos, foi pouco para os dois lados. Mas depois do intervalo o São Paulo até melhorou. Os alas entraram mais no jogo, os volantes apareceram mais na criação e o time deu um certo abafa no Flamengo nos primeiros 15 minutos.
Até que veio ao pior.
Após tomar dois contra-ataques de perigo dos mandantes, o São Paulo foi punido pela única lei que efetivamente funciona nesse país. Aos 16, Luiz Araújo pegou um rebote da defesa e, de fora da área, acertou uma finalização no ângulo sem qualquer chance de defesa para Rafael.
O doído tento sofrido poderia dar a impressão de que a muralha tricolor desabaria, mas não foi o que aconteceu. Mantendo a pegada, o São Paulo continuou jogando em cima do Flamengo. E até foi melhor que os cariocas no decorrer final do jogo. E aí foi a vez dos visitantes esbarrarem na defesa dos cariocas, que estacionaram o carro na garagem com a vantagem, até pelo cansaço do desgaste de ter voltado de viagem dos EUA, onde jogou o Mundial. Isso não impediu a espetada final, nos acréscimos, quando Luiz Araújo, de novo, fez boa jogada individual, chutou, Rafael defendeu e Wallace Yan aproveitou o rebote para marcar o segundo.
O revés mantém o São Paulo estacionado nos 12 pontos. A sorte do clube é que o Santos, com 11, não joga na rodada, o que ao menos permitirá respirar com a cabeça fora d'água nessa rodada. O Tricolor volta a campo às 21h30 (de Brasília) desta quarta-feira (16), contra o Bragantino, fora de casa.
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