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VOCÊ SABIA? A 'PALMEIRENSE' LEILA PEREIRA HOJE TENTA TIRAR SARRO, MAS JÁ PROCUROU SÃO PAULO ANTES DELES PARA PATROCINAR

Leila pelo menos pode se orgulhar de ter tocado a taça do Mundial (Divulgação/Palmeiras)

RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo

Meu passado me condena.

O famoso dito popular passado de geração em geração nas bocas brasileiras nunca pôde se encaixar tão perfeitamente a uma pessoa agora quanto à presidente do Palmeiras, Leila Pereira.

A dirigente sentiu o golpe de perder pela segunda vez o Mundial de Clubes com o clube verde sob sua gestão, ambas para o inglês Chelsea, e passou o recibo da óbvia provocação recebida pelo fato do time da Pompeia não possuir em sua galeria o troféu que os outros três rivais diretos possuem (sequer venceu europeus de forma oficial na história).

No último domingo (6), Leila usou suas redes sociais para rebater gozações. E, claro, o alvo prioritário foi o São Paulo. Pudera, o Tricolor é quem mais possui a obsessão palmeirense. Único brasileiro a ser tricampeão mundial.

Tá bom, sabemos que Leila não citou diretamente o nosso clube do Morumbi. Mas é óbvio que o recibo foi passado após as redes sociais oficiais do Tricolor vir a público tirar sarro e convidar os tristes palmeirenses a conhecer a sala de troféus são-paulino para ver as três conquistas mundiais. Nem Corinthians, nem Santos tiveram tamanha audácia.

A resposta pública de Leila soa mais uma tentativa da dirigente provar o seu 'palmeirismo', escancarado como algo artificial. E que já teve demonstrações públicas envolvendo o São Paulo.

Tal como quando deixou o São Paulo jogar no Parque Antártica as quartas de final do Campeonato Paulista de 2023. Para a fúria dos torcedores rivais. Tal como quando costurou acordo com Julio Casares para usar o Morumbi. 

Mas talvez o maior de todos os exemplos de que Leila tem uma certa obsessão com o Tricolor vem muito antes dessa carioca vir a público dizer que nutre sentimentos pelo lado verde.

Mais especificamente em 2014. Um ano antes de fechar o contrato de patrocínio que mudaria o rival de paradigma graças ao seus volumosos aportes financeiros, Leila bateu em outra porta para oferecer a publicidade da Crefisa. Mais precisamente em uma porta na Praça Roberto Gomes Pedrosa, no bairro do Morumbi, zona oeste paulistana.

Crefisa e São Paulo já possuíam relações comerciais bem antes desde disto. Nos anos 1980 ainda, a financeira alugou placas de publicidade no Morumbi para anunciar a novidade dos serviços de empréstimos e financiamentos ao varejo. É normal ver anúncios da empresa em jogos na casa tricolor durante a década seguinte.

Há dez anos, após se tornar de fato a gestora principal da Crefisa, Leila tinha planos de usar o futebol para ajudar a impulsionar a marca, já bem conhecida pela atuação no mercado e também patrocínio de telejornais de rede nacional na principal emissora do país. Parte do plano de explorar novas atividades, como a abertura de um banco digital, segundo revelou à época a revista 'Exame'.

Além disso, Leila buscava tentar potencializar outra empresa sua, a Faculdade das Américas, até então uma modesta instituição de ensino superior comprada 'na baixa' (ou seja, quando estava em dificuldades financeiras), segundo informou o 'O Estado de S. Paulo'.

Futebol era um caminho natural para se pensar em publicidade, dado à sua capacidade de penetração nas classes populares e, principalmente, os mais jovens, que não assistiam os telenoticiários da 'Globo'.

E aí que, curiosamente, a 'palmeirense' Leila menosprezou o suposto time do coração e viu no São Paulo uma oportunidade melhor de ganho comercial.

O acordo negociado com o então mandatário são-paulino, Carlos Miguel Aidar, de R$ 23 milhões, era extremamente benéfico à Leila: colocava o Morumbi no pacote do patrocínio. A proposta dava à Crefisa um camarote de frente para o centro do campo, mil ingressos por jogo em casa, personalizava um setor de cadeiras numeradas com a comunicação visual da instituição financeira, inseria a marca dela em testeiras e placas nos anéis das arquibancadas e em regiões que são mostradas pela televisão em transmissões – o que aumenta o retorno de mídia da patrocinadora.

Oficialmente, Leila acusou a gestão Aidar como a responsável pela desistência do negócio. A alegação é a de que o ex-presidente, que renunciou ao cargo após acusações de lavagem de dinheiro e corrupção, tinha um contrato com sua namorada, Cinira Maturana, para que ela recebesse 20% de comissão sobre contratos que trouxesse ao clube.

Mas curiosamente, a versão divulgada na época foi outra. O acordo só foi rompido por atuação de José Roberto Lamacchia, marido de Leila e conselheiro do clube verde. Pressionado no rival pelo acordo encaminhado com o Tricolor, ele correu para reverter o jogo a favor do time do coração (esse sim, de fato). Pelos mesmos R$ 23 milhões negociou ao mesmo tempo com o Palmeiras. Pesou a aproximação com o então presidente deles, Paulo Nobre, que também atuava no mercado financeiro e se aproximou de Leila.

Em janeiro de 2015, a Crefisa assinou contrato com o Palmeiras. Foi o início da entrada de fato de Leila na vida política deles. E o resto é história. Vai saber se os traumas com o Tricolor também se iniciaram por aí.



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