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Economia com fim do basquete é irrisória para melhorar contas do São Paulo: só R$ 1 a cada R$ 39 da dívida foi com modalidade

A última dança tricolor no Morumbi: time deixou de existir (Rubens Chiri/SPFC)

RAFAEL EMILIANO
@rafaelemilianoo

ALEXANDRE GIESBRECHT
@jogosspfc
DO ANOTAÇÕES TRICOLORES

O São Paulo anunciou na manhã de segunda-feira (19) o fim do seu time profissional de basquete masculino. A medida não foi uma surpresa, pois chegou a ser antecipada na previsão orçamentária do Tricolor para este ano, revelada em dezembro pelo AVANTE MEU TRICOLOR.

Apesar do motivo oficial não ter sido revelado, de fato, pelo clube do Morumbi em sua nota oficial, é fácil de presumir que o motivo para encerrar as atividades do basquete foi principalmente a falta de grana que assola o Morumbi. Isso é sugerido na última frase. 

“Futuros projetos à parte do futebol, modalidade que é motivo da existência do São Paulo Futebol Clube, só serão iniciados a partir da prévia obtenção de recursos novos para a manutenção”, diz o texto.

Nesse sentido, a decisão não deixa de ser compreensível, já que o último balanço são-paulino registrou o maior déficit de sua história

Entretanto, a parcela pela qual o basquete foi responsável é ínfima em comparação ao total.

De acordo com o último balanço financeiro são-paulino, o basquete teve prejuízo de R$ 7,4 milhões. Ou seja, somente 2,6% do total de R$ 287,6 milhões acumulados.

Na média, só R$ 1 a cada R$ 39 da dívida total são-paulina foi de responsabilidade da modalidade.

Projetando os seis primeiros anos da modalidade após sua reativação em 2019, o déficit estimado foi de quase R$ 43 milhões. E 2024 nem foi o ano de pior desempenho financeiro do basquete. Em 2022, por exemplo, foram R$ 8,1 milhões de prejuízo.

Não deixa de ser indignante que a gestão do presidente Julio Casares não tenha conseguido viabilizar um time que há apenas três anos foi campeão da Liga dos Campeões das Américas, chegando a ser vice-campeão mundial no ano seguinte. As receitas não chegaram nem à metade das despesas em nenhuma das temporadas, incluindo as duas primeiras, ainda sob o comando do antecessor de Casares, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

As receitas apresentadas nos balanços podem não se referir apenas ao basquete — o que tornaria o resultado ainda pior —, mas se limitam apenas a patrocínios. Nem mesmo ingressos simbólicos eram cobrados nas partidas, inclusive nas de maior apelo. É claro que precificar os jogos de fases iniciais poderia ter um impacto no público, mas talvez um valor simbólico ajudasse a criar uma fonte de receita que, se não serviria sozinha para fazer o esporte atingir o break-even, ao menos contribuiria um pouco e ainda criaria uma cultura que permitisse a cobrança de valores mais elevados nas fases decisivas. 

Não parece, contudo, que um esporte que custava menos de R$ 10 milhões por ano seja inviável, ainda mais num clube com a projeção do São Paulo.





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